Pedes-me para falar de amor.
Levar uma palavra de esperança,
porém me sinto tão inferior.
Minha fé é ainda uma criança,
que insiste em não crescer.
Teimosamente se faz pequenina,
a cada dia e a cada amanhecer;
tentando reagir na vespertina
e desistindo ao anoitecer.
Como pode um vaso de barro,
carregar tão precioso tesouro?
A palavra é um ato tão caro,
se falar é prata, silenciar vale ouro!
Porque tenho que falar,
se não tenho o que dizer?
Às vezes prefiro calar,
do que maldizer!
Porém, posso ser medroso,
mas não sou tão louco
para negar teu amor misericordioso,
que faz tanto bem, com meu pouco.
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