domingo, 8 de dezembro de 2019

NATAL ASSISTENCIALISTA


Lá vem o xará do caminhão,
gritando e soltando rojão.
É o Natal Sem Fome,
aos que no ano, a fome come.


sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Pobre Padre


Pobre Padre

O padre disse
que o pobre do evangelho
não era pobre de carne e osso,
era pobre de espírito.

O pobre de carne e osso
entrou na igreja.
O padre não viu,
pois o pobre
não era pobre de carne e osso,
era pobre de espírito.
E por ser espírito era invisível.

O pobre quebrou a igreja,
destruiu as imagens,
ele era pobre de carne e osso.
Ele se descobriu nu,
na miséria e abandono,
pois o padre ensinou
que o pobre não era pobre
o pobre era pobre
de espirito

O padre, pobre de coração,
dizimou tantos pobres
a mercê da miséria,
pois o pobre de carne e osso,
aquele do evangelho,
distante da religião,
que se parece com Jesus
era invisível nas homilias
do pobre padre,
que de tão religioso que era,
não conseguia ver Jesus
no pobre de carne e osso.

Inspirado na homilia de um pobre padre chileno, ou seria na minha diocese?

Chuva Recordação

Foi assim
Ela cuidou
de mim

Eu cresci
Nunca mais
A vi
Vem a tempestade
Eu não tenho ela

Mas suas palavras
São meu guarda chuva
Ela me ensinou
Que sobre as nuvens
Tem sempre um sol
Para brilhar novamente

E a cada dia
Vivo a alegria
De suas lembranças
Feito criança
A brincar na chuva
Foi assim
Que ele me ensinou
Sorrindo pra mim 

Ps. Enquanto mamãe nos protegia da chuva, papai nos ensinava brincar na chuva.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Sem igrejas... Sem filantropia



Eu olho ao meu redor e vejo
em cada esquina uma nova igreja.
Cada uma com sua verdade,
fundada no pilar da discórdia.
Então, eu olho para o evangelho,
penso na proposta do Reino de Deus.
Como pode uma proposta de amor
inspirar credos aos montes e não filantropia?
Busco a resposta em Jesus
e sua proposta de vida e fé.
Concluo: se vivêssemos de fato o Reino,
não existiria nem igrejas  
e nem Entidades Filantrópicas.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Estou aqui.


Chico!
Avisa pra Mãe,
que continuo onde estou:
cuidando de seus filhos
pobres e abandonados.
Peço perdão
pelo desconforto
em não saber viver
na zona de conforto.
Se a Mãe me procurar,
diz pra ela aparecer
nas periferias da vida
que me encontrará.
Quando terminar
a dor de quem acolho,
eu volto para viver o voto
de filho aprumado,
consagrado.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Egocêntrico


O mundo não orbita
no meu eu,
como se eu fosse
o centro de tudo.
Como eu sei disso?
Pela quantidade
de flunfa que carrego.
Limpo raramente,
quando decido
dar-me um tempo
para me amar também.
Neste momento
minha companhia
é o mau humor e
o meu desejo
é a solidão.