Eu não escrevo para meu próximo,
que se faz distante, ao ler-me com os olhos,
e interpretar-me com a presença.
Eu escrevo para o distante,
que se faz presente, por não me ver
e nem me tocar, devido à ausência.
O desconhecido me lê com o coração
e, portanto me entende pela razão.
As linhas traçadas no meu tempo hoje,
no entardecer do sol poente,
as escrevo para meu tempo amanhã,
iluminadas pela luz do sol nascente.
Quem me ama hoje, não vê o que escrevo.
Quem me ler amanhã, desejará me amar hoje.
Serei ausência presente e presença ausente.