A alegria está de volta,
o carnaval voltou.
Tragam suas dores,
a saudade que ficou,
e não podem mais sambar.
Fechem-se as portas
dos sepulcros caiados.
“Desta paz de cemitério”.
Da vida que pediu para rezar
para nunca mais voltar.
Parem as rezas sem empatia.
Tragam sal grosso e água benta.
Abrem as alas para passar...
São Miguel e São Bento vêm exorcizar.
Em nome de Jesus, vade retro pandemia.
Vem Escola de Samba da Alegria.
Abram as portas das avenidas,
deixe o samba sambar.
Limpem o lixo da avenida da vida:
Pastores vacinados da Morte,
Sacramentos sem Vida,
Mortes Sacramentadas.
Vade retro carnificinas.
Voltem ao inferno, negacionistas,
gentes recalcadas,
pois o Amor quer rezar,
com Dom Helder Câmara,
em sintonia com a Vida.
Deixa a porta bandeira entrar.
Acompanhada de diversidades,
vestidas de anjos e santos
e nu de todo preconceito.
Martinho mandou avisar:
“Canta, canta minha
gente
Deixa a tristeza pra
lá
Canta forte, canta
alto
Que a vida vai
melhorar....
Quem canta seus males
espanta”
Viva o samba.
Viva os artistas.
Viva a ciência.
Viva os sambistas.
Viva o Povo.
Viva Mãe Stella.
Viva o Pastor Henrique Vieira.
Viva Monsenhor Júlio Lancellotti.
Viva Monja Coen Roshi.
Gente de coração
Já dizia nosso mestre
Noel Rosa no Feitio de Oração:
“Sambar é chorar de
alegria
É sorrir de nostalgia
Dentro da melodia...
samba em feito de
oração.
E quem suportar uma
paixão
Sentirá que o samba
então
Nasce do coração.”
Deixa a mentira pra lá...
“A Verdade Vos Fará Livre”.
Vamos todos sambar...
Somos Santuários da Vida.
Catedrais do Sopro Divino.
Canta com João Nogueira:
“Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal
As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas
de um carnaval”